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O dia parecia não ter bom desfecho, “Vamos embora!”, lancei logo. Erramos o caminho e paramos em outra praia, o filho começou a espirrar sem parar, a pele do menino a se embolotar, e a cadela queria correr solta. “Não deveríamos ter vindo, feriado, tudo cheio, está tarde, bora voltar para casa”, climão pairou sobre nós. A chave girou quando um de nós manteve a calma. Bastou um de nós querer mudar, para que os outros fossem amansando os espíritos esquentados. Em menos de uma hora já estávamos no paraíso, com sol, sombra, mar e água fresca. Contudo, teve um preço, óbvio, como tudo na vida, tivemos que caminhar por cansativos minutos. Ainda bem que, em vez de voltarmos para casa, optamos por buscar o dia! Não o dia perfeito porque esse já havia ido embora, mas buscamos o restante do dia que poderíamos aproveitar, queríamos apenas um pouco do bom dia. Surpreendentemente, o universo confluiu conosco, além da natureza, desfrutamos de companhias amigas muito caras que não víamos há bastante tempo (prova disso é que não instagramos esse momento).

Imagino que, quando alguém está disposto a viver um dia apenas leve e sem grandes pretensões, não sem rumo, ao gosto do vento, mas com objetivo simples e claro, um mundo de possibilidades pode se descortinar. Um de nós estava assim, os outros precisaram ser despertados. Fato é que, se o sol amanhece é promessa de um dia com novidades, se tem nuvens, será um dia novo nublado, sem nuvens, um dia novo ensolarado. Nada de pensar que é só mais um dia, ou um dia horrível pela frente porque as musas fogem da mesmice e dos reclamões. Elas foram criadas para cantar as maravilhas de Deus, mas para vê-las, tem que abrir olhos que enxerguem átomos, esses mesmos que eu e você temos.